determinantes do acesso #192; infra-estrutura urbana no munic#205;pio.pdfVIP

DETERMINANTES DO ACESSO À INFRA-ESTRUTURA URBANA NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Renata Mirandola Bichir Introdução quanto dos grupos sociais que devem ser privilegia- dos na análise, assim como dos mecanismos que Este artigo contrapõe-se ao foco da literatura estão na causa do fenômeno ou suas principais con- brasileira de estudos urbanos desenvolvida principal- seqüências. Diversos autores a associam à falta de mente nas décadas de 1960 e 1970, a qual se preocu- acesso a serviços essenciais e a políticas públicas (Ca- pou especialmente com a análise dos diversos meca- margo et al., 1976; Kowarick, 1979). Outros asso- nismos que contribuíam para a configuração de ciam a segregação ao processo de formação das espaços segregados, no contexto de discussões mais áreas periféricas nas principais metrópoles brasilei- amplas a respeito do modelo de desenvolvimento ras (Santos e Bronstein, 1978; Santos, 1979; Vetter e capitalista brasileiro (Santos, 1979; Smolka, 1992; Massena, 1981; Bonduki e Rolnik, 1982; Villaça, Bonduki e Rolnik, 1982). Ao invés de discutir os pro- 2000). Muitos destacam a relevância da concentra- cessos de formação dos espaços periféricos e as cau- ção espacial de certos grupos sociais na definição sas da segregação residencial, pretende-se analisar do fenômeno da segregação (Villaça, 2000; Mar- possíveis conseqüências da segregação do ponto de ques e Torres, 2005), divergindo, entretanto, quanto vista do acesso dos mais pobres a serviços urbanos. aos grupos sociais que devem ser analisados e, so- Segregação residencial é um tema que está lon-