O conflito social e político nas hidrelétricas da bacia do Uruguai.pdfVIP

O CONFLITO SOCIAL E POLÍTICO NAS HIDRELÉTRICAS DA BACIA DO URUGUAI Humberto José da Rocha Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Chapecó – SC, Brasil. E-mail: humbertojosedarocha@.br Hemerson Luiz Pase Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas – RS, Brasil. E-mail: hemerson.pase@ DOI: http///10.17666/308899-113/2015 Introdução fere-se às transformações amplas, contínuas, de longa duração, ou seja, em geral não aquém de três gera- A hidreletricidade corresponde a aproximada- ções” (Elias, 2006 p. 27), no qual o caso estudado é mente 85% da energia elétrica consumida no Brasil condicionante e condicionado respectivamente. Além atualmente. As usinas hidrelétricas de energia (UHEs) disso, é adequado interpretar empreendimentos dessa em operação no país somam 196 empreendimentos,1 natureza como integrantes de uma política pública de em um quadro de expansão do setor para os próximos infraestrutura que é produzida a partir de uma inten- anos, tendo em vista os projetos em estudo e instalação sa correlação de poder, não raras vezes contraditória e (Aneel/BIG, 2014). Essas obras implicam em grandes que, quando em instalação, impulsiona também o de- áreas atingidas pela formação dos reservatórios, insta- bate e, muitas vezes, a conflagração política. lação dos canteiros de obras, estradas para circulação Na bacia do rio Uruguai, pode-se perceber refle- de pessoal, material e linhas de transmissão de energia xos do processo de instalação das UHE Itaipu (Brasil/ que, entre as externalidades, têm no “deslocamento Paraguai) e Passo Real (rio Jacuí), que, apesar de lo- compulsório”2 um ponto nevrálgico da discussão no calizadas em outras bacias hidrográficas, influencia