Da Fragmenta o aos Anos de Brasa o Movimento Associativo da UP na Agonia do Estado Novo.docVIP

Jo?o Vilela Moreira Da Fragmenta??o aos Anos de Brasa: o Movimento Associativo da UP na Agonia do Estado Novo R e s u m o NopresenteartigoprocurámosintegraromovimentoassociativodaUniversidadedoPortonas rebeli?esestudantisdosanos60e70,eidenti?carassuasprincipaistendênciasassociativas, sua?lia??oideológicaepartidária,eprincipaisac??esdecontesta??o. PALAVRAS-CHAVE: Anos 60; Universidade do Porto; Resistência ao Estado Novo; Extrema- Esquerda; A b s t R A c t Thisarticleaimsatincludingthesudents’movementofOporto’sUniversitywithinthestudent rebellionsofthe60sand70s,andtoidentifyitsmainassociativetendencies,theirideological andpartisanaf?liation,anditsmostimportantactsofcontestation. 1. As Raízes do Sessentismo Eric Hobsbawm, no seu clássico Age of Extremes, citando Richard Barnet, descreve a Guerra Fria como uma forma de criar emprego para dezenas de milhares de burocratas que planeavam armamento e con?itos militares, para milh?es de trabalhadores envolvidos na indústria bélica, para cientistas e engenheiros encarregues de garantir a seguran?a das popula??es, empreiteiros com negócios rentáveis na área da constru??o de abrigos nucleares, intelectuais com pretexto para vender amea?as e aben?oar guerras . Com efeito, tal foi no 1 fundamental a situa??o nos 44 anos em que durou este con?ito. N?o se nega que houvesse divergências políticas intransponíveis entre os dois blocos, uma tens?o bélica latente, mas di?cilmente poderíamos falar uma disposi??o efectiva para o enfrentamento militar aberto. O mesmo Hobsbawm refere que, a despeito da retórica de ent?o, as duas superpotências trabalhavam sob o pressuposto de que uma coexistência pací?ca de longo prazo seria possível: e mesmo quando se entreviu a virtualidade da eclos?o de uma guerra de larga escala entre os dois lados, ao tempo da crise dos mísseis cubanos de 1962, ?a principal preocupa??o dos dois lados foi prevenir que gestos parecidos com actos de guerra fossem mal