Do bloqueio continental à mudan a da corte para o Rio de Janeiro.docVIP

Revista da Faculdade de Letras HISTóRIA Porto, III Série, vol. 10 2009, pp. 57-62 Luís A. de Oliveira Ramos Do Bloqueio Continental à Mudan?a da Corte para o Rio de Janeiro R e S U M O do estudo da situa??o internacional em que a inglaterra, aliada de Portugal, controla os mares e napole?o, vitorioso nos campos de batalha europeus, decide impor o Bloqueio continental, chamando à sua órbita o nosso Reino, com os seus portos, a sua armada e o seu trá?co colonial, o autor desenvolve o debate das tendências de opini?o in?uentes no país e junto do Regente, partidário da neutralidade. nessa contenda entre angló?los e francó?los, for?ada por napole?o, d. Jo?o inclina-se para a Fran?a, em detrimento de Londres, face à invas?o napoleó- nica, volta à antiga alian?a, e, comboiado pela esquadra inglesa, segue rumo ao Brasil, onde pretende criar um novo império, garantindo a permanência do estado e da dinastia com capital no Rio de Janeiro. O Reino, em anos sucessivos, sofrerá as inclemências de uma guerra duríssi- ma, entra em rebeli?o contra os invasores. escorra?a-os gra?as ao apoio das for?as armadas inglesas, enquanto, além-mar, se constroem bases necessárias para um Brasil autónomo. Pelo funesto tratado de 1810, de Portugal com a inglaterra, alicer?am-se condi??es fundamentais do predomínio desta potência nos negócios da europa e do Mundo. Do bloqueio continental à mudan?a da corte portuguesa para o Rio de Janeiro e suas incidências aquém e além-mar, a sociedade portuguesa e a realeza experimentam um conjunto de situa??es únicas no quadro da sua história e na memória dos povos. O Príncipe Regente D. Jo?o e o seu círculo conhecem “novas novidades, grandes acontecimentos e desvairadas mudan?as”, para usar a versi?ca??o quinhentista de Garcia de Resende. Em variados aspectos, pela positiva como pela negativa, ressonancias de tais sucessos ilustram o advento do nosso tempo. Ent?o como agora, as condicionantes externas, as for?as profundas, a estatur